Já se passaram dois anos desde que a banda Parkway Drive revigorou o
gênero metalcore com seu primeiro álbum de sucesso, o “Deep Blue”. Agora os Australianos
se uniram para compor com o produtor Matt Hyde (o mesmo que já produziu Slayer
e Hatebreed) e estão voltando para estúdio para agitarem as coisas de novo.
O vocalista Winston McCall conversou com a Alt Press para discutir o
álbum mais ambicioso, e o momento de transação de uma banda de preguiçosos
Australianos para uma banda pioneira internacional.
Entrevistador: Dan Stapleton
Fotos: Jonathan Weiner
Onde vocês estão nesse momento?
Winston: Nós estamos no estúdio Sunset Lodge, em Los
Angeles. Nós vamos ficar aqui umas seis ou sete semanas para gravar o nosso novo
discos.
Nós já terminamos de gravar as
baterias, e até agora eles estão soando absolutamente incríveis!
Matt Hyde é o terceiro produtor no período de quatro álbuns. Por que
vocês decidiram mudar a equipe de produção desta vez?
Nós tivemos uma ideia diferente
do que queríamos fazer neste disco – nós não queríamos produzir o mesmo disco
duas vezes – e nós sentimos que precisávamos mudar alguma coisa, a fim de
atingir um som diferente. Um amigo recomendou o Matt para nós, e quando nos
encontramos com ele, ele topou imediatamente.
Algumas bandas, principalmente as bandas pesadas, tendem a ir pra um estúdio
com uma ideia muito definida do que querem fazer, e eles tratam o produtor
quase como um engenheiro. “Somente grave as faixas do nosso CD”. Vocês tomam
essa atitude ou preferem que os produtores se envolvam mais?
Bem, dessa vez queremos ter muito
envolvimento externo. Em Deep Blue, nós escrevemos praticamente tudo de antemão
e gravamos exatamente como queríamos que fosse gravado, foi ótimo. Mas dessa
vez pensamos “Vamos tentar obter opiniões de fora sobre essas coisas”. Nós
temos um monte de ideias musicais para essa gravação, que é completamente nova
para nós, e precisávamos de alguém para nos ajudar e realizar isso. Felizmente,
Matt veio para lidar com essas coisas.
Seus três primeiros albums pareciam uma progressão natural, um continuo
refinamento da “Sonoridade do Parkway Drive”. Mas pelo o que você está dizendo,
parece que este próximo disco pode ser uma saída real dessa sonoridade.
Bem, eu acho que de todos os
nossos CDs esse provavelmente vai chocar as pessoas, porque existem algumas
coisas aqui que... [Pausa] Eu não acho que seja grandes alterações para o som
do Parkway Drive, mas vamos adicionar coisas ao som que as pessoas jamais iriam
esperar. Em Deep Blue, nós experimentamos muitas coisas novas em doses pequenas
para ver se funcionavam- e elas funcionaram. Então dessa vez nós falamos: “Ok,
se isso funcionou, podemos fazer em um grau mais elevado e podemos fazer isso
em mais lugares, com mais instrumentos e mais vozes”. E assim que foram abertas as portas do
departamento de criação.
Então estamos falando sobre um CD com uma atmosfera diferente? Sim, aqueles elementos de Deep Blue estarão presentes em maior escala.
Nesse álbum há mais camadas definindo a atmosfera com mais profundidade. Mas as
partes pesadas… bem, eu estou dizendo tudo isso sobre "novos
elementos", e as pessoas provavelmente estão pensando que será um álbum
mais leve, mas as partes pesadas são muito pesadas, é ridículo. Acho que quando
o primeiro single sair, as pessoas verão que o Parkway não regrediu em termos
de peso. Estamos tocando melhor também. Mesmo as coisas mais simples - considerando
Guitarras, Baixos, Bateria e Vocais - tudo isso foi elevado a um nível mais
avançado do que qualquer outra coisa que fizemos no passado...
O que está inspirando-o nas letras desta vez?
É uma base muito ampla. Eu
escolhi escrever de modo completo, diferente de quando eu estava escrevendo da
ultima vez. Para o Deep Blue, eu escrevi
uma voz só, especifica do começo ao fim. Desta vez eu queria ser mais direto e
ir ao ponto, e também muito mais variado. Portanto, esse novo CD não tem um
tema básico, é mais um retrato do que me influenciou ano passado.
Por que vocês escolheram gravar este álbum nos Estados Unidos em vez da
Austrália? Estar em Los Angeles colocam vocês em em outra mentalidade?
Definitivamente. Isso nos coloca
no "modo de negócios". Nós estivemos tocando mundo afora nos últimos
anos com a ideia de gravar algo fora da Austrália; fazendo isso ao redor da
Baía de Byron, assim estaríamos perto de casa. Mas acho que fazendo isso
levaria a uma maior... Atmosfera preguiçosa [risadas]. Nós falaríamos "oh,
vou surfar agora" ou "vou me preocupar em gravar mais tarde."
Quando estamos gravando nos EUA, assim que saímos do avião, pensamos
"certo, vamos gravar este álbum agora." Você vive isso, você respira
isso o tempo todo que você está aqui. Eu acordo de manhã e o que vem em mente é
o que trabalhamos no dia anterior e o que vamos trabalhar hoje. Nós não
teríamos essa mesma mentalidade se estivéssemos em casa, na nossa zona de
conforto.
Você gosta mais de
surfar em Byron do que em Los Angeles?
[Risos] Definitivamente, sim. Mas eu escolheria gravar em
L.A ao invés de gravar em Byron.
Vocês fazem muitas turnês hoje em dia, e sua carreira está focada mais
internacionalmente do que a Austrália em si. Vocês ainda se sentem conectados com
a cena hardcore australiana ou se distanciaram dela?
Sim, um pouco, pois não estamos
mais tocando tantos shows locais, não estamos mais por dentro, e acabamos
perdendo o que há de novo com as bandas da cena. Mas até nos deixa surpresos. E
também estamos mais investidos numa área maior. Há certo tempo, nós não tínhamos
ideia do que se passava nas cenas europeia ou norte-americana, mas sabíamos
tudo da cena australiana. Agora que estamos por toda a parte, nós sabemos um
pouco do que está acontecendo em cada região. Nós ainda sentimos falta de casa,
e quando tocamos na Austrália, isso nos lembra disso imediatamente. Mas ao
mesmo tempo, é insano atravessar mares e tocar para plateias que são maiores
que teríamos tocando em casa.
Vocês podem recomendar algumas bandas Australianas em ascensão aos
leitores da AP?
Vou lhe dar três: uma banda
chamada Northlane, com quem nós
fizemos a nossa ultima turnê pela Austrália. Eles são apenas garotos, mas eles
são incrivelmente foda – Músicos surpreendentes e insanamente pesados. Tem uma
grande banda nova chamada Survival,
que são basicamente de hardcore clássico. E uma banda chamada I Exist, who… God, Eu nem sei por onde
começar a descrevê-los. Se você de músicas sobre magos, mas tocadas o mais
pesado possível, yeah, ouça isso.
Quando vocês estão viajando pelo mundo, as pessoas fazem suposições
sobre vocês somente porque vocês são Australianos?
Para ser honesto, a maioria das
pessoas escutam o nosso sotaque e acham que somos Ingleses. [Risos] É muito
estranho. O que acho interessante é ver o tipo de coisas que você pode
convencer as pessoas de como as coisas acontecem na Austrália. Então as pessoas
pensam que os coalas são perigosos, e que você pode montar em um canguru para
ir ao trabalho... Merdas aleatórias desse tipo. Essa é a parte divertida disso.
Fora isso, pedem o de sempre "camarões na grelha¹" coisas do tipo.
1. Referente ao prato tipico australiano.
Tradução: Thiago (@ThiadoADTR44), André (@defl0rate) e
Renato (@lastsighmetal).