Entrevista concedida pelo Winston, vocal da Parkway Drive ao site da AMP Magazine, traduzida por Rafael D'Angelo (@im_amonster)
AMP MAGAZINE: Então, vocês já lançaram três álbuns que foram incrivelmente bem aceitos, visitaram praticamente todos os países que escutam o som de vocês, tocaram com quase todas as bandas de peso dentro do gênero musical de vocês e conquistaram seguidores incrivelmente leais na Europa e na America. A que ponto tudo isso se tornou surreal, foi como viver um sonho? Ou vocês ainda se sentem a caminho do próximo nível, buscando melhorias?
WINSTON: Inúmeros pontos da nossa carreira foram surreais, mas basicamente toda a história da banda é feita de surpresas após surpresas. A proposta da banda, ao tocar esse tipo de som vindo de um lugar como do qual nos viemos (Byron Bay), ser aceita como tem sido é além da lógica. O nível do apoio que nós recebemos nos shows na Austrália é enlouquecedor, mas o fato de nós podermos sair da minúscula cidade na qual vivemos e viajar até o outro lado do mundo para tocar para pessoas que de alguma maneira sabem quem nós somos é um pouco constragedor, nos deixa tímidos. Nós estamos sempre evoluindo, mas não é algo calculado ou forçado, nós amamos o que fazemos e ficamos curiosos a respeito do que há de vir por aí.
AMP MAGAZINE: Levou quatro horas até vocês atingirem a segunda colocação no top australiano do iTunes no dia do lançamento do seu último álbum, o Deep Blue. E é seguro dizer que a única razão pela qual vocês não atingiram a primeira colocação se deve ao fato do EMINEM ter tido um dos maiores retornos da década. Como foi esse primeiro dia, e como foi a aceitação desse álbum comparada com a dos álbuns anteriores?
WINSTON: No dia do lançamento, nós estávamos na Warped Tour, nos EUA, então o dia se resumiu basicamente em estar suado e com calor. Nós não prestamos muita atenção nós gráficos das vendas. O assunto até surgiu mas não foi algo que nos despertou curiosidade. A aceitação do Deep Blue superou a de qualquer outro matéria que nós lançamos anteriormente e superou qualquer expectativa. A atenção dada pela mídia, a resposta ao álbum e a resposta ao vivo foram muito gratificantes. Eu acho que, por mais surreal que tudo tenha sido, a resposta do pública a esse álbum está no topo de tudo.
AMP MAGAZINE: Quatro músicas da banda apareceram no documentário que conta a história da equipe australiana de surf chamada THE BRA BOYS. Eu sei que a equipe fica há mais ou menos 10 horas ao sul da cidade natal de vocês da Parkway Drive. Mas, é visível a influência deles em toda a comunidade surfista ou essa foi a primeira vez que vocês ouviram a respeito deles? Basicamente, a inclusão da música de vocês no documentário foi idéia da equipe, da banda ou do diretor?
WINSTON: Na verdade, nós somos amigos de alguns dos caras da equipe e foram eles que esquematizaram a nossa entrada na trilha sonora. Na época, nós não achamos que o filme fosse decolar do jeito que decolou, nós apenas recebemos um recado de alguns amigos pedindo para usar nossas músicas em um projeto que eles estavam fazendo. Eles nos contaram a idéia inicial e nós liberamos as faixas. No final, o filme deu certo e nós ficamos muito animados por termos nosso som nele.
AMP MAGAZINE: Parentes na indústria musical não são novidade, mas normalmente eles ficam na mesma banda. Com o seu irmão liderando a banda 50 LIONS, como é a relação entre as duas bandas? Rola uma competição saudável e uma disputa? Ou existe uma união muito grande?
WINSTON: O relacionamento é bom, porém nós não tocamos juntos com muita freqüência. Ambas as bandas são muito ocupadas, sempre estão em turnê e são raras as datas nas quais nos encontramos. Mas, quando acontece é bem divertido. Pessoalmente, eu AMO 50 LIONS. Eles fazem muito bem o trabalho deles e é muito bom ver outra banda da nossa cidade, com o seu irmão sendo parte dela, se dar tão bem ao redor do mundo.
AMP MAGAZINE: Em 2008 vocês eram capazes de tocar na "Surf Rats Tour" junto com a 50 LIONS em uma rota localizada ao leste da Austrália, passando por cidades que não são visitadas em turnes, mas que são donas das maiores ondas. Qual foi o resultado dessa turnê? Vocês consideram mudar a rota de alguma turnê somente para surfar outra vez?
WINSTON: Essa turnê foi incrível. Foi, na verdade, a segunda vez em que fizemos isso, sendo a primeira a "All Ages Assault Tour", que fizemos uns dois anos antes. Nós resolvemos repetir a turnê porque nos saímos mutio bem da primeira vez. O verão na Austrália, curtindo uma praia por dia, tocando em alguns showzinhos em cidades minúsculas toda noite. Foi realmente assustador, mas nós detonamos. Passeando em uma van cheia de equipamentos e fazendo revezamento de bandas dentro dela. É algo que nós nunca vamos parar de fazer. Os lugares aos quais nós vamos nessas turnês não são foco de nenhuma outra, e nós gostamos de dar a eles a oportunidade de ter shows com bandas importantes na cena do rock australiana.
AMP MAGAZINE: Os Estados Unidos estão refazendo uma das maiores comédias australianas Wilfred. Eles foram espertos o suficiente para manter Jason Gann mas substituiram Adam Zwar por Elijah Wodd (Frodo, em O Senhor dos Anéis). Te irrita o fato dos americanos pegarem seriados e os deixarem com a cara deles? Eles levam essa coisa de televisão bem a sério.
WINSTON: Não chega a me irritar. É engraçado como os americanos de fazer refilmagens, e algumas vezes eles fazem um bom trabalho. Eu, pessoalmente, adoro a versão deles de The Office. Eu espero que Wilfred fique bom, esse seriado é bizarro. Enquanto isso não virar uma coisa ruim, eu acho que está tudo certo. Se tudo falhar, você ainda tem Curb Your Enthusiams.( outro seriado muito bom)
AMP MAGAZINE: Se você pudesse refazer a turnê dos seus sonhos, tendo vocês como banda principal, com tudo pago, quais seriam as duas outras bandas com as quais você adoraria dividir o palco? A qual banda que está surgindo na cena você gostaria de dar o apoio que vocês tiveram?
WINSTON: Qualquer turnê envolveria THE WARRIORS. Melhores amigos, melhor banda, então já têm um começo. THE GASLIGHT ANTHEM também, porque eles são incríveis. Os outros integrantes da banda vão me odiar por isso, mas, minha próxima indicação é o Tom Waits. Um verdadeiro gênio, se eu chegar a ver o cara tocando eu vou morrer feliz! (risos). Então, é basicamente isso, uma turnê meio estranha, não sei se teriam muitos ingressos vendidos pra uma combinação assim.
AMP MAGAZINE: O que a Parkway Drive faz para se distrair durante essas 12 horas de viagem entre um show e outro fora cochilar? E como você lida com o fato de ficar em uma van cercado por homens ou em um ônibus sem espaço para esticar as pernas?
WINSTON: Eu sou o rei do cochilo. Se tiver rodas e um lugar para sentar, eu consigo cochilar. Eu dormi através de 4 países uma vez. Além disso, nós assistimos algumas coisas e jogamos Bejeweled(um jogo no qual devemos juntar as figuras iguais para destruir as colunas de jóias.). Nós não somos o tipo mais interessante de gente, e isso não nos ajuda a nos manter sãos(risadas).
Entrevista original: http://www.ampmagazine.com/9386/set-your-goals-parkway-drive-interview-stream/
Correções, dicas e sugestões: @im_amonster ou @ThiagoADTR44